8.9.08

" Concerto em sol que não se põe"

Estudo a cada dia o sonho que de noite parece possível ser vivido na manhã seguinte. O poeta dorme-trabalhando, diriam os objetivos. Mas eu sou nós: A Universidade de dentro pra fora plange experiências. No germe cinza brotam novidades. A Ciência determina corações modelados. Ter ciência é bastante? Basta! É o que dirá Antônio naquilo que avermelha o tempo, despontuando o dia de hoje. Lembro bem de tudo agora de noite. Por isso sei: será de tardinha...

" Mar passivo que beira o precipício:
Terra quase a desabar.
Se cairmos morreremos?
Aquele que perder-se será o único a se salvar.
Guardo a fala e deixo o chão da Minha angústia cuidar"...

A questão não é o que seremos, mas quem. No cruz-e-espada de enfrentar a civilidade e garantias de estabilidade, a harmonia dos infernos tem a descoloração do Norte: claros, óbvios, imponentes como enviados dos deuses, pórém sujos; cheirando ao que não é, impondo o que não se pode pôr; O sonho de Colombo, roubado e o castigo do Paraízo-vazio: Todos saíram? Todos chegaram...

"No palácio de cristal compro o que vejo
mas não uso o que tenho.
Tenho o que não posso".

Nas ilhas de Fideu sentiu-se o Éden: revolução que não é pela força do outro, mas sim com a violência radical de lançar-se sonho-a-dentro; Não somos irracionais e sim sensíveis ao que o conhecimento não conheçe e por isso não limita. A Ciência disseca o divinar de um pássaro? Mede a envergadura de seu vôo? Científico é o incrédulo que mede sonhos para ter certeza de estar acordado. Acordemos; é isto que queremos?

Antônio: - Gritos loucos e estéreis pedem fora ao Tio SAm, mas esquecemos que a ascese começa por nós. Incorporamos negativamente o outro...sendo incorporados. Que a minha palavra não seja vã...

João: - A guerra faz-se tão clara que se esconde. Não há uniforme nem lado escolhido. Só o metal cuspido...e com classe? A arma : o meio com que o espírito é diluído. Nossa guerra...está na alma!! Como não comprar projetos? Como fazer-se na Epifania sem pecado onde poesia é um estado alegre e não o mal do século que já dura séculos?

O fazer-se, pôr no mundo, projeto de humano. Somos quando pedimos mais à terra do que tem o corpo a oferecer. Somos quando o corpo pulsa raíz e germina frutos. Ser humano é atravessar um tempo que sempre deixa de ser e deixar de ser tempo..
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Antônio: O que eu queria...o que eu quero... é que essa França Antártica de concreto não se acredite libertando da ignorância Atlântica o herege que não experimenta vida em tubo de ensaio. Se somos Caribe, também podemos sim ser canibe: devorar trevas e medos, regorgitando nos olhos o suporte para os anos a se extinguir; Estamos aqui e resistimos ao calor gelado da terra que poderia ter sido ainda agora de Araribóias...

João:
" Mar passivo que beira o precipício
reflita em seu espelho a imagem
dos que ainda são
Esconda no teu silêncio
A linguagem em ondas de sal e amor.
Em cada palavra salgada, o paraíso perdido arrancado do passado: Eles só lêem superfícies
seja maré-moto depois. Se cairmos, nadaremos.
Mar bravio visto amanhã,
onda-projétil
que espuma presentes,
não permita ao passado gerar o futuro
reflita apenas o sol que se pôs amanhã"...

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