-No bojo elástico do ar alto, lá onde nem se conta, estrelas de má fortuna e também as cadentes são sem memória. Caído assim meio místico, o primo aspira os ares da volta. Não ao quando, mas talvez ao onde. Isso porque cada segundo é antecedido a um primeiro. E se o primeiro é o antes-cedido que sucedeu a um outro, voltemos. Ao primeiro antes de tudo, logo ali depois de nada. Lá onde nem se conta: é de onde conto.
Meço a casinha que sei-conheço e conclusão só posso tracejar de que tem o tamanho da minha cabeça. Primo pelo esboço que des-diz vento apontando lugares musicais: um balanço meio feito vermelho, pois é a cor que forma formas já-não-ainda-mais concretas; as ondas de terra des-regular regulando o quique no matinho da dente de leite e o nosso depois banho de mangueira. Nosso deleite. Pro pique-se- esconde que custo encontrar, lugar não há de faltar: meninas enganam meninos que as acham muito ingênuas. E não já é isso uma certa e errônea maldade?! A pureza de não saber-se...Vento desdito é ar que não anda porque se estica. No bojo elástico do ar alto...onde estrelas tocam o teto de minha cama.
Lá mesmo é onde primos esticam-se irmãos. A primazia de brincar de novela no quarto: faz de conta imaginado televisivo, ligado em cabecinhas em comum, todo o depois da semana era sempre aquele um domingo. O quando querendo-se onde. Quarto de cinco lados?
Certa vez sua de acontecer, o casal priminho, dupla dos de aqui nossos de casa, surge com outro alheio aos nossos quatro; dois de lá e dois de cá. Como então um quinto se nosso quearto só se fazia mais um com nossa conta exata? O primo dos primos vinha primando pelo espírito do estômago: Olhos procurando o que pedir dão-lhe a cara chata de quarta-feira. " - Somos domingo pé-de-cachimbo"! E barriga ronca grande é em horas de impedimento. Não nas ditas feitas... Mas o primo dos primos, olhôso, quis ser bala de côco, quitute sagrado da vovó nossaminha mas não dele. Levando o domingo para a cozinha, deixa-nos no quarto sendo todos quatro segundas-feiras: um mês esperando que o primo dos primos não olhasse com os olhos...E o quarto sendo só quarto...
No momento de sua despedida, o entrusão ainda pedindo, olhos-de-mão-erguida, foi-se bolsos cheios pra fora, pra onde adulto não se sabe. Os primos também foram, mas eles só iam para voltar: ar alto, aralto da infância tem elástico em brincadeiras:pular elástico e segundas-feiras. E quando fora-se o ido e sabia-se os voltantes, os primos ficados, mesmo já dormindo, sonhavam sentindo: Já é ainda domingo.
10.11.08
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3 comentários:
Infância recontada, aqui, tornou-se infância recriada, mundo novo: literatura. Pura música, me parece, silêncios: escuta. Linguagem.
Um abraço da sua "prima",
Carol.
Uma prima-irmã?!
:)
Excelente! Não é bom voltar à infância? BJ
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