6.9.07

Bar das mocinhas


Ontem me ocorreu algo curioso. Eis que recebo convite dum velho amigo para aquela gelada, regada a muito papo-musical; em especial a velha- bossa-nova. O Lugar escolhido foi um bar até bacana, situado entre outros dois ou três; espécie de " beco das garrafas niteroiense". Reúne os melhores filhos da cidade. E as melhores também...

Notei que algo ali estava estranho logo ao pedir a primeira cerva: os garçons- adolescentes com gel no cabelo que pareciam menos que iam trabalhar do que ir prum bar( e na verdade estavam num, mas não como clientes!) devam atenção exacerbada pras mocinhas serelepes. Enquanto os pobres dos bossanovistas tinham que segurar pelo braço o garçon, num quase implorar e ver o cabra depositar na mesa a cerveja e dois copos que, por molhados, estavam grudados, pras mocinhas eram distribuidas beijocas, além de acenderem cigarros na boca(!)e também correr solicitamente ao menor piscar-de-olhos.

Ciúme das mocinhas? De jeito-e-nem-maneira. O que está em jogo aqui é algo temerário, uma inversão de extremos, talvez; Se antes o bar era território essencialmente masculino, de uns tempos pra cá, vem sendo cada vez mais um espaço democrático. Sim, as mocinhas tem vez lá: não precisam mais correr o risco de ser mal faladas pelo simples ato vital de pedir uma mesa! Entretanto, parece que os mocinhos com gel que frequentam ( ops, trabalham) no lugar bacana estão revolucionando a história botequística: bar onde se trata mal homem.

Imagine o senhor leitor tendo que usar uma das famosas peruca's Lady para conseguir com mais rapidez uma bela porção de batata frita, ou no caso dum jovem- como os mocinhos- valer-se daquele blâsh que sua respeitável avó utiliza em suas escassas saídas de casa? Pois é... E o pior é que os mocinhos parecem estar lançando ( ou imitando) moda...

No futebol, a coisa também também está nesse pé; nós, homo sapiens, bebedores de cerveja e adoradores da deusa esférica, também estamos sendo maltratados ( veja só) nos estádios!! Sem bar nem futebol??

Me aventurei num medonho Flamengo x Náutico, onde 50 mil pessoas que talvez estivessem ali mais por terem sido maltratados em seus respectivos bares -porque pelo jogo em si, cidadão das coisas, definitivamente não era- uma pobrecoitadiçe sem fim: apenas 2 bilheterias abertas...

Conclusão; os mocinhos que dirigem o futebol estão indo mais longe. Tratam mal homens, mulheres e crianças. Sem contar no vovô que quer dividir momentos com o netinho. E olha que os moços não ganham nenhuma gorjeta não! Também já nem tem cabelo pra gel. Mas estão, indubitavelmente, formando um núcleo de maldades no bar bacana perto lá de casa.

Esses dias fiquei sabendo que na Inglaterra, clubes até da 5 divisão cobram pra lançar a scinzas dos torcedores em seus gramados. Já pensou se o povo aqui resolve juntar os trocados da gorjeta do boteco pra lançar ao vento as cinzas dos dirigentes do futebol carioca? Que não se esqueçam dos mocinhos...

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