9.9.07

Janela, Noite e rua



Noite

Escada colorida
medo e açoite
Que suspendem
A palavra.
Teu rosto em pedaços
Traços do que ainda
Pode ser.

Rua

E a boca tua;
Um samba tímido
E a verdade
Nua e crua.

Janela e noite

A víbora do medo em minhas veias
Seu veneno despraziu
E você quase partiu,
Eurídice descida ao
Hades
Mas há-de haver jeito
Para que o Quixote medroso,
Com seu pacote de poemas,
Dê adeus à sua elegia:
Timidez- a contradição
Que disse aos meus olhos
O caminho de suas mãos.

Janela, noite e rua:

Guarda-chuva colhendo sois
Pela cidade;
Felicidade.

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