19.2.10

O imã que tenho no peito
Teimou de desprender pedaços enferrujados de dias.
Magnético, agora só atrai girassóis.

12.2.10

O escorrega deslizou o sorriso de Tiago.Quando ele parou já era o meu.

O menino que fui me voltou.Deu a volta no tempo.Veio fazendo espiral.Agora sou Alice:Quanto maior, menor.

Passei meu passado a sujo. Borrei ele todo.Da dor não se foge, se burla.Do passado, macula-se branco só seu futuro.

Sou sem passado. Sou sem futuro. Sou sem sou.Tiaginho me é.Cecília também.Aquele antigo eu que agora corre e sorri é das crianças.

Gargalhada plena, só balbucia.Não lhe faltam as palavras, língua para medir.O menino é a alegria de descobrir que outro menino já sabe correr.Os olhos-a-mil: na terra, podemos riscar com um pauzinho o chão!Tiago não descreve; só experiencia.Não fale, Tiago: sorria!O menino é linguagem nascente de rio.