29.11.08

I-
Madrugada fria azul de medo,
no teatro de barro a terra abria redondo abismo torto, cratera de sonho e de som: palavras cantadas com raíz. Com o norte para o sul foi-se o som ser ouvido; meus ouvidos! O recado abismal geopotência poética rasgou chão e pedra fez tempo cheio e disse ao João que fosse fábula des-sendo João, e que o chamado desdito João, tigre na sela voando rugindo pego por razão nenhuma, também dissesse ao vulgo Leonão que ele também não é ele. E a palavra se refaz, toda vez que alguém-algum lê chão e escreve com flor uma estória de vida inteira.
II- Terra transpassa concreto? Da terra, o sumo, o som.....

III- Concretas sílabas, sintonia, sinfonia, foram feitas passos.

IV- Concretos passos, pisada e pegada dissonante, sustenidos por braço e giz.

V- O som, amanhecido, tem cor laranja e vistas de algodão doce.

VI- De noite, são música as estrelinhas que brilham no céu do meu quarto.

VII- Entrelinhas, a mudez do fruto range verde na mesa.

VIII- Janelas abrem olhos.

XIX- Portas, estradas.

X- Por toda parte na cidade, som, sonho e caminho embrenhando mato no semáforo: sinal verde?

XI- Parte por todo na cidade, som quer homem juntado sinfonia. Epifania. Som procura ouvido que se esqueçe em poesia.

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