20.12.10

Dentre as questões que se apresentam ao homem, talvez a mais ambígua seja a finitude.Como não se alegrar com um tempo finito, onde buscamos menos que realizar coisas, imprimir um sentido à vida, que nos possibilite a sublime consumação de um dia, como naquele samba, virar constelação?

Ao mesmo tempo, tempinho, tempão,como não sentir dor ao saber que não só o que fere, mas também a alegria, o sorriso, o peito explodindo plenipotências, tem um dia seu para acabar? Lembro do filósofo que lembra dos estóicos; estes buscavam uma certa frieza: menos felicidade para ter menos dor. Acho que até entendo o porque disso;quando amamos muito, também sentimos a punhalada exata de que toda a leveza vai acabar. E isso é um fardo.

Antecedente a isso, penso por mim mesmo que a leveza da vida também deve consistir em não ser eterno. Idade só tem é o mundo. A natureza. Homem é capim que seca, estala e rebrota. O peso de sempre subir com a pedra que rolou do barranco? Em mim não.

Parece que agora o texto ( a vida?) chegou numa emboscada. Ou isto ou aquilo? Isto. Sempre isto; escolher um dos lados é coisa de quem quer ganhar. Como quero apenas viver o meu tempo, me faço múltiplo. Como os colossos do esporte que nadam, remam, boxam, se hipertrofiam de glórias....rumo à morte!

Como temos sempre que decidir lutar, já escolhi minha categoria: peso-pena.

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